OS DESAFIOS E AS PERDAS NO TRANSPORTE DE GRÃOS

OS DESAFIOS E AS PERDAS NO TRANSPORTE DE GRÃOS

Todo o trabalho do plantio e da colheita é bastante árduo. Nas grandes e pequenas plantações, a logística é um fator fundamental para evitar prejuízos.

E a logística do campo não termina por aí. Durante o período de pós-colheita, temos outra etapa bastante importante da produção: a entrega.

Para que grãos sejam levados até seu destino, é necessário que se faça o transporte da carga.

Normalmente acontecem perdas deste grãos durante seu trajeto e evitar isso é um verdadeiro desafio.

A grande maioria dos produtos alimentícios brasileiros precisam passar ao menos por duas etapas; a colheita e a entrega.

Ambas com interferências econômicas e estruturais.

Devido a importância dessa atividade, se faz necessária a criação de um sistema logístico de transportes.

Ele deve ser focado na redução de perdas e gastos e no aumento da produção no campo.

Vamos conhecer os principais desafios e as taxas de perdas no transporte rodoviário de grão no Brasil?

A infraestrutura das estradas

As rodovias país não oferecem a infraestrutura ideal para que o transporte seja feito de forma eficaz.

Este é, de longe, um dos principais desafios do atual sistema logístico rodoviário brasileiro.

Existem 1,7 milhões de quilômetros de estradas no Brasil. De acordo com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), apenas 10% delas estão totalmente pavimentadas.

Tendo em vista o fato de que a maior parte das estradas estão mal conservadas, parte da carga acaba se perdendo devido às trepidações das carrocerias dos caminhões.

Isso também acaba aumentando o tempo de viagem e de permanência dos grãos em cima dos veículos.

O transporte rodoviário está em segundo lugar nas causas responsáveis pela perda total da safra de grãos no Brasil.

Uma entrevista feita pelo Canal Rural com um engenheiro agrônomo do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), aponta que em 2015 2,38 milhões de toneladas de soja e milho foram desperdiçadas no transporte rodoviário.

O engenheiro destacou que caso aconteçam melhorias nas rodovias, essa perda poderá ser reduzida para um percentual de 0,13%.

Tempo de transporte

Para que se decida a melhor forma de levar os produtos de um ponto a outro, algumas questões devem ser levadas em conta.

Primeiramente, pense no tempo que será gasto com o transporte levando em conta o produto que será transportado.

Afinal de contas, ele tem um tempo médio até perder sua validade.

Distâncias maiores do que as previstas acabam criando a possibilidade de os produtos virem a deteriorar. O que causa perda de parte, ou de todo o carregamento.

Também é necessário levar em conta as condições de temperaturas e de umidade as quais os produtos ficarão expostos nas carrocerias.

Apenas desta forma é possível manter a qualidade do produto até o ponto final de sua jornada.

Frota desatualizada

Outro fato agravante no transporte de produtos agrícolas no país é a desatualização dos caminhões.

Isso pode acarretar em paradas não pensadas durante o percurso, ou até mesmo em acidentes.

Também é importante destacar que motores mais velhos e antiquados impulsionam o uso de combustíveis.

Isso significa que ele acaba expelindo enxofre, atrapalhando a consistência dos produtos. Além do mais, torna a viagem mais lenta.

Outros tipos de transporte

A modalidade de transporte rodoviário escoa quase 70% de toda produção brasileira de grãos.

Mas existem também outras três opções, que não são tão viáveis. Elas são: aeroviária, ferroviária e hidroviária.

Estas três modalidades são mais caras, por isso não são tão utilizadas.

Cada uma das opções oferece um número de vantagens e desvantagens, principalmente no caso das commodities agrícolas.

Deve se colocar na balança os gastos de energia e de tempo que podem ou não ser adequados ao produto transportado.

A modalidade escolhida deve ser a que mais facilita e evita perda do produto.

Caso contrário, pode ser que ocorra uma tragédia e todo o carregamento, ou grande parte dele, seja perdido.

Conclui-se portanto, que as variáveis de custo e tempo de transporte são as que mais pesam na hora de tomar uma decisão.

Mas cuidado: na maior parte das vezes o modo mais ágil de transportar sua carga, também é a mais cara.

É necessário que diversas mudanças melhorias sejam feitas para que todas as opções sejam potencializadas.

Não são apenas as rodovias que precisam de reparos. Também é necessário melhorar a malha ferroviária, que no momento é insuficiente e mal conservada.

Assim como resolver a dificuldade de acesso terrestre aos portos e rios, que no momento estão sem infraestrutura para navegação.